segunda-feira, outubro 29, 2007

Saudades

Saudades! Sim... Talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.S
e ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

1 Comments:

Blogger Blueminerva said...

Florbela Espanca é o expoente máximo da literatura portuguesa no que concerne ao Amor/Fatalismo.
Parabéns pela escolha e pelo blog.
Um abraço

outubro 29, 2007 10:43 da tarde  

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